Narrado por Lorde
Na primeira martelada, o grito dela ecoou pelas paredes mofadas do quarto. Alto. Vivo. Cortante. Mas mesmo assim… sem lágrimas. Já vi marmanjos entregarem seus próprios filhos com menos do que isso. Mas Maitê? Ela me encara como se ainda tivesse alguma dignidade intacta. Um resto de orgulho que insiste em não morrer.
— Vamos lá, tá pronta pra segunda pergunta? — pergunto com um sorriso cínico, fingindo leveza onde só há ódio.
Ela sorri. Sim, ela tem a ousadia de sorrir.
— Mais do que pronta, Lorde. Mas dessa vez tenta bater como homem, vai.
O sangue sobe como uma tempestade. A faca em minha mão encontra a carne macia da perna dela. O grito vem rasgado, não mais contido.
— AAAAAH! — Ela urra, e mesmo assim, cospe ódio nos meus pés.
— Torça pra que me mate aqui, lorde. Não deixe essa chance passar. Porque se deixar… — Ela respira fundo, os olhos queimando — …eu juro que mato você com as minhas próprias mãos.
— Ah, princesinha… tá cansada já? Foi você quem começou esse