Narrado por Lúcifer
As palavras da doutora ecoam em minha cabeça, e, naquele momento, nenhum homem conseguiria resistir. Eu caio no chão com as mãos na cabeça.
— Por que, meu Deus? Por que tanto sofrimento? Dê-me uma luz! Minha mulher precisa sobreviver; ela tem sonhos para realizar, precisa conhecer nosso filho, pai. Ela está estável agora e não pode piorar. — Desabei no chão do hospital.
Bruna, melhor amiga de Maitê, está ao meu lado o tempo todo, seus olhos marejados refletindo a angústia pela vida da amiga e do meu filho. Ela matou a mulher que ameaçou a vida deles, mas sua dor é silenciosa, ela ainda sente as cicatrizes de tudo que aconteceu.
O choro, que por tanto tempo ficou preso, agora sai rasgando por onde passa. O medo, a dor, tudo mexe comigo; minha cabeça dói de tanto pensar.
Uma enfermeira se aproxima, com uma expressão de compaixão.
— Senhor? Vocês são os parentes de Maitê? — Ela pergunta, sua voz suave e calma.
— Sim, somos nós. — Bruna responde por mim, a voz carrega