O dia seguinte amanheceu nublado, e Gabriel chegou ao hospital alguns minutos depois das oito, com a postura impecável de sempre, mas o olhar mais distante que o habitual. Vestia um terno escuro e camisa clara, mas, pela primeira vez em muito tempo, estava sem gravata. Pequenos sinais que Ana notava — e guardava.
Ela o esperava junto à porta da sala, segurando um tablet e um copo de café recém-passado.
— Café forte. Sem açúcar. Como gosta. — disse com um leve sorriso.
— Obrigado, Ana. — respondeu ele, pegando o copo e entrando na sala.
Ela o seguiu, sem perguntar mais nada. Sabia que as palavras com Gabriel tinham hora — e propósito.
— O pessoal do congresso confirmou sua participação. Voos marcados para sábado à tarde, hospedagem garantida no hotel da organização. Ficarão três noites. — relatou, com a precisão que o acompanhava em tudo.
Gabriel assentiu.
— Providencie o que for necessário.
Ana manteve o tom leve, mas sua atenção estava nos pequenos detalhes. Ela sabia tudo sobre sua