A noite caiu pesada sobre a cidade.
Da varanda da mansão, a escuridão parecia respirar comigo. Silenciosa, densa, perigosa. O céu estava limpo, mas ainda assim havia um cheiro no ar… o cheiro de algo queimando, distante, quase imperceptível, mas eu sabia exatamente o que era.
Desci até a sala e servi uma dose generosa de whisky. As primeiras notícias começaram a pipocar na televisão da sala.
Eu estava sozinho, sentado na poltrona de couro. A luz azulada da TV dançava pelas paredes como um espectro.
[ Incêndios criminosos atingem propriedades do grupo Ricci.]
[ Três galpões destruídos.]
[ Departamento de investigações acionado.]
Não havia surpresa em mim, apenas cálculo.
Eu observava tudo com um silêncio que só os homens que já mataram e morreram por lealdade conseguem carregar.
A cada imagem que mostrava as chamas, eu apenas pousava o copo sobre a mesa e respirava fundo. Tudo estava seguindo exatamente como deveria.
A mansão inteira estava em movimento.
Homens da Itália chegav