Miguel entrou no quarto com um sorriso que eu reconheci de longe: aquele sorriso de quem estava se divertindo às minhas custas. Encostou na porta, cruzando os braços, e eu tive certeza de que era uma armadilha.
MIGUEL: Então… eu chego no corredor e encontro um homem de quase quarenta anos, andando com cara de funeral, depois de jogar flores e chocolates no lixo. Quer me contar o que fez, pequena Fontana?
Revirei os olhos.
“Ah, claro. Agora a culpa é minha porque o Sr. Controle Absoluto não sabe lidar com a palavra “não”.
Miguel riu baixo, se aproximando devagar. Ele parecia se deliciar com a tensão que ficou no ar depois que Ethan saiu daqui todo bravo. Aposto que ele nunca tinha visto o amigo perder a linha daquele jeito.
MIGUEL: Você é incrível. Sério mesmo. Dez minutos com você e ele parece um adolescente rejeitado no baile da escola.
Dei um sorriso torto.
“Que pena que não tenho o troféu para isso.”
Ele puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado, apoiando o braço na beirada