O telefone tocou pouco antes das oito da manhã.
Eduardo, de camisa branca aberta no peito e ainda com a música de Clara nos fones, atendeu de forma automática.
Sr. Castro? Aqui é Henrique Vasconcelos.
Ele se endireitou na cadeira, o coração disparando.
Diga.
Confirmei. Dra. Elisa Santos estava no baile. Chegou com um convite pessoal, nome real. Usava um vestido preto com costas nuas. A senhora Cecília também foi identificada, chegou meia hora depois. Não temos imagens claras do rosto de Elisa, mas os funcionários da recepção confirmaram a identidade.
Eduardo fechou os olhos, absorvendo a informação.
Era ela.
Obrigado, Henrique. Você fez um excelente trabalho.
Deseja que eu a aborde?
Não… ainda não.
Desligou devagar.
Ficou ali, imóvel, por alguns instantes.
Agora ele sabia.
A mulher que dançou com ele.
A mulher que fez seu coração parar por instantes inteiros…
Era a sua esposa.
Sua ex-esposa.
E por um impulso irreprimível, ele queria vê-la.
Falar com ela.