Era sexta-feira à noite quando Cecília apareceu no hospital com um convite nas mãos e um sorriso maroto no rosto.
Nada de plantão ou bisturi hoje, doutora. Vista algo bonito. Vamos jantar com um velho amigo nosso… você vai adorar ver quem é.
Quem? ... Elisa riu, curiosa.
Daniel Azevedo. Lembra dele? Estudou com a gente no ensino médio. Agora é arquiteto, voltou da Itália, está abrindo filial no Rio.
O Dani? Os olhos de Elisa brilharam. Claro que lembro. Ele era um dos poucos meninos que me defendiam quando zombavam da minha timidez.
E agora, além de defensor, está solteiro, lindo e completamente interessado em reencontrar você.
Cecília… ela murmurou, rindo e um pouco sem graça.
Não estou dizendo para casar com ele. Só jantar, rir e viver um pouco, amiga. Você merece isso.
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O restaurante escolhido era um dos mais elegantes da zona sul.
Ambiente de luz baixa, velas sobre as mesas, pianista ao vivo.
Elisa usava um vestido vinho de alças finas