O quarto de hotel estava silencioso. A noite em São Paulo seguia quente, abafada. Mas Eduardo não ligava para o calor nem para o cansaço.
Ele ainda sentia o som do violino pulsando dentro do peito.
A imagem dela ... ou melhor, de Clara Vianna, brilhava em sua mente como uma luz que não se apagava mais.
Voltara do teatro sem conseguir vê-la.
Sem confirmar com os próprios olhos o que o coração já sabia: era Elisa.
E agora, com a dúvida rasgando sua alma, ele buscava uma forma de se conectar a ela.
Pegou o tablet, acessou uma plataforma de streaming musical e digitou:
“Clara Vianna ... Ao Vivo em Viena.”
Comprou todas as faixas.
Comprou o álbum físico.
Comprou os direitos de reprodução.
Era quase um delírio.
Quase uma súplica silenciosa.
Colocou os fones de ouvido, fechou os olhos… e então o som começou.
E foi como se o tempo voltasse.
Cada nota invadia sua memória como um espectro do passado.
O som do violino era leve, delicado, mas carregava uma força qu