Era final de tarde e a cidade fervilhava. Eduardo dirigia sem rumo pelas ruas do Leblon, tentando escapar de reuniões que o entediavam, do celular que não parava de vibrar e da presença constante de Sophia, cada vez mais “esposa” do que amante.
Parou em frente a uma livraria e, sem saber por quê, entrou.
Lá dentro, tocava uma música suave. Cordas. Piano. E então, o mesmo violino.
Aquela melodia.
A mesma que ouvira semanas atrás.
Imediatamente, sentiu o estômago revirar. Não era só a beleza da música. Era a memória que ela despertava.
Elisa. Sorrindo. Cuidando dele em silêncio. Preparando sopa. Organizando o closet sem ser notada. Esperando por ele em jantares nunca atendidos.
Os olhos baixos, mas o coração sempre inteiro.
A imagem dela explodiu em sua mente.
Por que agora?
Por que ela não saía da cabeça dele?
Por que aquela música, sempre ela?
Clara Vianna ... disse o atendente ao ver sua expressão. Compositora brasileira. Está bombando na Europa. Vai tocar no