O dia amanheceu com céu limpo e um vento leve que balançava as folhas das árvores. Helena despertou antes do despertador, com o corpo tranquilo e o coração em suspensão. Rafael havia prometido levá-la a um lugar onde o tempo não corre. Só caminha.
Ela vestiu uma blusa leve, prendeu o cabelo de forma despretensiosa e esperou na varanda. Rafael chegou pontualmente, com um sorriso calmo e uma cesta de piquenique.
— Pronta pra desacelerar? — perguntou ele, com olhar sereno.
— Pronta pra não ter pressa — respondeu ela, sorrindo.
Pegaram o carro e seguiram por uma estrada de terra, cercada por árvores altas e campos abertos. Helena observava o céu, os pássaros, o mundo que parecia respirar devagar. Rafael dirigia com uma mão no volante e outra no tempo.
Chegaram a uma casa simples, de madeira clara, com janelas grandes e uma varanda que parecia abraçar o dia. Rafael abriu a porta e disse:
— Era da minha avó. Ela dizia que aqui o tempo não tem obrigação de passar.
Helena entrou. O cheiro de