O sol ainda não havia nascido por completo quando Helena acordou. A luz tímida da manhã entrava pelas frestas da cortina, desenhando linhas suaves no lençol. Ela esticou o braço, sentindo o espaço vazio ao lado. Rafael já não estava ali. Não era surpresa. Ele havia dito que precisava sair cedo, que tinha compromissos. Mas mesmo assim, o vazio parecia mais frio do que o habitual.
Helena ficou deitada por alguns minutos, revivendo a noite anterior. Os gestos, os olhares, os silêncios entre os toques. A entrega havia sido completa — não apenas física, mas emocional. Rafael não era um homem de palavras fáceis, mas naquela noite, ele havia falado com o corpo, com os olhos, com a respiração entrecortada.
Ela se lembrava de cada instante, como se tivesse gravado um filme em câmera lenta. Os toques hesitantes, o respeito sagrado pelo seu tempo e espaço, a paciência dele enquanto ela descobria o próprio corpo e seus limites. Tudo havia sido novo, intenso e profundamente transformador.
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