O Café Aurora estava tranquilo naquele fim de tarde, a luz dourada do sol entrando pelas grandes janelas iluminando delicadamente o balcão e as mesas de madeira. O aroma do café recém-passado misturava-se ao cheiro doce de bolos e tortas, criando um ambiente acolhedor que contrastava com a tensão que crescia no coração de Helena. Ela estava ocupada organizando algumas xícaras e pratos enquanto atendia os poucos clientes que chegavam, tentando manter a compostura, mas sentindo-se inquieta.
O tilintar da porta ao abrir chamou sua atenção. Ela ergueu os olhos e viu João Paulo entrar, elegante como sempre, com o terno impecável e o semblante sério, mas gentil. Seu passo firme ecoava pelo café, e cada movimento parecia transmitir confiança e controle. Helena sentiu uma pontada de nervosismo misturada à gratidão por tudo que ele havia feito por ela nos últimos dias.
— Helena — disse ele, com voz baixa, porém firme, aproximando-se do balcão. — Podemos conversar?
Ela assentiu com um leve a