O sol já se punha sobre a cidade, tingindo de dourado as ruas tranquilas, quando Rafael deixou o carro estacionado alguns metros do Café Aurora. Seu coração estava pesado, e a determinação nos olhos revelava que ele não voltaria sem falar com Helena. Entrou rapidamente, mas o balcão estava vazio; Helena havia saído minutos antes, talvez para arejar a mente, talvez para se distanciar dele. Um frio percorreu sua espinha, mas não recuou. Ele sabia que não podia perder mais tempo.
Saindo apressado do café, Rafael respirou fundo e começou a andar pelas ruas da vizinhança, atento a cada movimento. Foi então que a viu: Helena, a poucos metros, parada na calçada, com a cabeça levemente baixa, como se carregasse o peso do mundo nos ombros. O coração de Rafael disparou, e ele correu alguns passos até ela, até que finalmente se encontraram.
Seus olhos se encontraram, e por um instante, o tempo pareceu congelar. Helena não falou nada; apenas permaneceu ali, os lábios trêmulos, os olhos marejados.