Mundo de ficçãoIniciar sessãoAyla sempre acreditou que o amor era feito de notas suaves e sorrisos compartilhados. Aos 15 anos, durante uma viagem para o condomínio na serra, ela conhece um jovem misterioso que toca piano como se contasse segredos com os dedos. Entre melodias ao pôr do sol, fogueiras em noites frias e trocas de sonhos, nasce um amor juvenil intenso — até que um acidente muda tudo. Ela perde a memória. Ele perde a única prova de que ela existiu. E ninguém acredita nele. Dez anos depois, Ayla é uma jovem editora de som, determinada e cética sobre o amor. Noah, agora um cantor em ascensão, cruza novamente seu caminho. Ele lembra de tudo. Ela não. Mas o reencontro traz à tona memórias adormecidas, segredos de família e uma ligação mais profunda do que imaginavam. Eles eram apenas dois adolescentes apaixonados. Mas o passado guarda verdades que vão mudar tudo: traições que nunca aconteceram, pais que esconderam amores e um laço de sangue que pode separá-los para sempre. “Ele Me Cantou Primeiro” é um romance sobre amor, memória, segredos e a força da música que conecta almas — mesmo quando tudo parece perdido.
Ler maisAyla sempre acreditou que o amor era feito de notas suaves e sorrisos compartilhados. Aos 15 anos, durante uma viagem para o condomínio na serra, ela conhece um jovem misterioso que toca piano como se contasse segredos com os dedos. Entre melodias ao pôr do sol, fogueiras em noites frias e trocas de sonhos, nasce um amor juvenil intenso — até que um acidente muda tudo. Ela perde a memória. Ele perde a única prova de que ela existiu. E ninguém acredita nele.
Dez anos depois, Ayla é uma jovem editora de som, determinada e cética sobre o amor. Noah, agora um cantor em ascensão, cruza novamente seu caminho. Ele lembra de tudo. Ela não. Mas o reencontro traz à tona memórias adormecidas, segredos de família e uma ligação mais profunda do que imaginavam. Eles eram apenas dois adolescentes apaixonados. Mas o passado guarda verdades que vão mudar tudo: traições que nunca aconteceram, pais que esconderam amores e um laço de sangue que pode separá-los para sempre. “Ele Me Cantou Primeiro” é um romance sobre amor, memória, segredos e a força da música que conecta almas — mesmo quando tudo parece perdido. _____________________________ O som do piano cortava o silêncio da serra como um sussurro encantado. Ayla caminhava devagar pelo jardim do condomínio, os passos leves como se estivesse invadindo um mundo mágico. A melodia vinha da casa mais alta, a que recebia mais luz — envolta por janelas de vidro e cercada de flores roxas e amarelas. Curiosa, escondeu-se entre os arbustos quando a música cessou. Um jovem — já com traços adultos, mas ainda com algo de menino nos olhos — saiu para o jardim. Ayla prendeu a respiração. Ele observou o horizonte por um instante, depois entrou novamente. A melodia retornou. “Então não era ele quem tocava?”, pensou ela, franzindo o cenho. Logo depois, o carro da casa desceu a ladeira. A música ainda preenchia o ar. Ayla se aproximou da janela. Espiou, fascinada. A melodia parou. — Não é educado espiar — disse uma voz atrás dela. Ela se virou com um susto, o coração batendo forte. Era ele. — Desculpa! Eu só… a música… — balbuciou. Ele sorriu, gentil. — Quer ouvir mais de perto? Foi assim que se conheceram. Conversaram por horas naquela tarde. Trocaram nomes, sonhos. Ayla contou que queria ser editora. Ele disse que sonhava em ser músico, como o avô e o tio — ambos falecidos. Combinaram de se encontrar novamente, mas ele não apareceu. Três dias depois, ela estava sozinha perto da fogueira, os pais tinham descido a serra para comprar enfeites de Natal. Foi quando ele reapareceu. Conversaram por horas. Trocaram números. Cada dia depois daquele foi como uma nova nota em sua melodia particular. Logo depois, ele conheceu os pais dela. Dias depois, ela os pais dele. E então… o mundo desabou. Duas mães. Um passado. Um acidente. E um amor que a memória tentou apagar, mas o coração nunca esqueceu. Venha mergulhar nesse mundo onde o som toca a alma, antes dos ouvidos..."Certas memórias dormem, mas o coração sempre vigia." — Autor DesconhecidoO fim de expediente na 360° costumava ser silencioso para Ayla. O movimento dos artistas diminuía, os corredores ficavam mais vazios, e ela se sentia quase em paz, como se aquele fosse o único momento em que conseguia ouvir a própria respiração.Naquela quinta-feira, no entanto, o silêncio veio acompanhado de passos que não eram os seus.— Tá indo embora? — a voz masculina ecoou atrás dela.Ela se virou devagar. Noah.
"Às vezes, não é a primeira troca de palavras que acende algo, mas o primeiro olhar que não quer ir embora."Ayla deixou a mesa discretamente e seguiu para o banheiro. O espelho devolveu a imagem de um rosto marcado por lágrimas, ainda que ela tentasse disfarçar. A maquiagem borrada não era nada comparada ao peso no peito. Respirou fundo, puxou o batom da bolsa e passou uma camada fina nos lábios.— Não vai estragar a noite… — murmurou para si mesma, como se pudesse convencer o próprio coração.Antes de sair, ensaiou um sorriso rápido. Não parecia verdadeiro, mas seria suficiente para atravessar o salão sem chamar atenção.Do outro lado, Noah observava. Conversava com Lucas, mas seus olhos permaneciam fixos na porta do banheiro feminino. Havia algo no modo como ela fugia, como se cada vez que sumisse carregasse uma parte dele junto.— Ela chorou, não foi? — perguntou em tom baixo, quase como se fosse um segredo que não queria ouvir.Lucas girou o copo de drink nas mãos, pensativo. —
"Há músicas que não se escutam com os ouvidos, mas com as cicatrizes." — Autor DesconhecidoEduardo Menezes apareceu na sala de edição com o ar de quem finalmente tinha um segundo para respirar. Ayla, que revisava cortes de uma propaganda, notou o sorriso raro no rosto do chefe.— Ayla, já tem duas semanas que você entrou pra equipe e eu nem consegui dar uma recepção como merece. — Ele apoiou as mãos na mesa dela. — Vamos marcar algo? Um jantar com o pessoal?Ayla piscou algumas vezes, surpresa. — Um jantar?— Sim, nada formal. Apenas um “bem-vinda ao time”. Sábado à noite?Ela pensou rápido e logo sorriu. — Pode ser no Luna Café & Pub, o lugar da minha amiga Bianca. É aconchegante e ótimo pra reuniões assim.— Perfeito. Organiza com ela?Bianca, quando soube da ideia, quase pulou de alegria. — Você tá falando sério, Ayla? A 360° no meu pub? — ela perguntou, segurando o avental. — Vou fechar o andar de cima só para vocês!Ayla riu da empolgação da amiga. — Só não pede autógrafo d
"Algumas memórias não estão na mente, estão gravadas no corpo, esperando o momento certo para acordar." — Autor DesconhecidoAyla sentia o peso de olhares, mesmo quando ninguém estava olhando. Não era apenas impressão. Desde que Noah Valente começou a frequentar mais vezes a sala de edição, algo no ar mudou. Colegas trocavam comentários, trocavam olhares cúmplices, quase disfarçando os sorrisos. O ambiente antes tão neutro e silencioso parecia carregado, como se todos imaginassem algo que ela mesma não conseguia enxergar.A tela aberta mostrava o clipe de uma banda pop.
"O acaso não existe. Apenas o que precisa acontecer, acontece quando estamos distraídos." — Cecília MeirelesNoah não conseguia focar.As reuniões da manhã pareciam durar uma eternidade e, a cada passo pelos corredores da 360°, seus pensamentos retornavam para o elevador.Para ela.Ayla.O nome ecoava como uma canção antiga, dessas que a gente tenta esquecer, mas a melodia insiste em ficar. Ele não tinha dúvida. Não era uma semelhança. Não era fruto da saudade. Era ela.Por isso, quando a tarde finalmente chegou ao fim, ele pegou o celular e mandou mensagem ao único amigo que entenderia:Noah: “Preciso falar com você. Agora. Não é sobre música.”O café escolhido era discreto, quase sempre vazio. Paredes de tijolos aparentes, mesas rústicas e um cheiro permanente de café passado na hora. Lucas chegou primeiro, com aquele jeito largado de sempre, camiseta de banda e mochila jogada no banco ao lado.— O que foi dessa vez, popstar? — brincou, mas ao ver a expressão do amigo, largou o to
"Em cada reencontro, há algo de milagre, mesmo que os olhos finjam que não reconhecem."— Trecho adaptado de “O Pequeno Príncipe”O barulho do vapor da cafeteira preenchia o ambiente com o aroma forte de café moído na hora. Bianca, com um lenço colorido amarrado na cabeça e um avental manchado de leite vegetal, girava distraída a colher no copo.— Você achava mesmo que não ia passar? — perguntou, entregando a xícara para Ayla.— Aquele lugar é concorrido por todo mundo da minha área. Lógico que eu não tava confiante. — Tomou um gole do café como se aquilo fosse sua fonte de vida.— Você fala como se fosse uma mera iniciante. A prefeitura queria você, não qualquer outra pessoa! Não é mais aquela ediçãozinha de vídeo no seu quarto, com todo respeito, porque foi lá que você começou, e foi com sua ajuda que aqui cresceu. O que você toca, floresce.— É, mas é a 360°, lembra? A empresa onde todo mundo quer trabalhar.Bianca apoiou os cotovelos no balcão.— E você foi chamada. Isso diz muito
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