"O acaso não existe. Apenas o que precisa acontecer, acontece quando estamos distraídos."
— Cecília Meireles
Noah não conseguia focar.
As reuniões da manhã pareciam durar uma eternidade e, a cada passo pelos corredores da 360°, seus pensamentos retornavam para o elevador.
Para ela.
Ayla.
O nome ecoava como uma canção antiga, dessas que a gente tenta esquecer, mas a melodia insiste em ficar. Ele não tinha dúvida. Não era uma semelhança. Não era fruto da saudade. Era ela.
Por isso, quando a tarde finalmente chegou ao fim, ele pegou o celular e mandou mensagem ao único amigo que entenderia:
Noah:
“Preciso falar com você. Agora. Não é sobre música.”
O café escolhido era discreto, quase sempre vazio. Paredes de tijolos aparentes, mesas rústicas e um cheiro permanente de café passado na hora. Lucas chegou primeiro, com aquele jeito largado de sempre, camiseta de banda e mochila jogada no banco ao lado.
— O que foi dessa vez, popstar? — brincou, mas ao ver a expressão do amigo, largou o to