“E o que eu sinto não mudará…
Não sei por que você disse adeus.
Guardei o beijo que você me deu.”
— "Eu Sei" – Papas da Língua
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A lareira estalava em brasas brandas, projetando sombras que dançavam como fantasmas felizes nas paredes da sala dos Duarte. Era uma noite fria na Serra Lunar, mas a atmosfera dentro da casa estava quente, recheada de conversa, vinho e sorrisos leves.
Ayla estava encolhida no canto do sofá, com uma manta nos ombros e os pés descalços dobrados sobre a almofada. Enzo, sentado próximo à lareira, dedilhava o violão como se buscasse a nota exata para se fundir àquela noite.
— Se eu pedir com jeitinho, consigo uma música ao vivo? — perguntou Helena, com um sorriso manso.
— Se for assim, não posso dizer não, né? — Enzo respondeu, ajeitando-se e afinando as cordas com cuidado. — Conhecem Vanessa da Mata?
— Adoramos! — respondeu Rafael, surpreso com a escolha.
E a música começou. Suave, verdadeira, como se brotasse de dentro dele. Quando chegou no inglês delicado