Layla
As primeiras mensagens chegaram como quem não queria nada. Um número desconhecido, frases curtas, veneno destilado em letras.
— “Ele não te ama. Ele só quer te punir.”
— “Um psicopata não muda. Ele só espera o momento certo para matar.”
No início, ri nervosa, achando que era trote barato. Depois da terceira mensagem, a risada secou.
Sentei na beira da cama com o celular nas mãos, o coração pesado como chumbo. A cada palavra que eu lia, um pedaço das lembranças vinham à tona:
Kaleo encostando uma faca na minha pele, Kaleo me prendendo contra um vidro, Kaleo me salvando de um carro, de um incêndio, de um abismo. Ele sempre oscilava entre me destruir e me resgatar, como se não soubesse em qual lado do tabuleiro realmente queria jogar.
Procurei Sarah. Ela me atendeu de pijama, cabelo preso num coque bagunçado.
— Layla, que cara é essa? — perguntou antes mesmo de eu falar.
— Eu recebi… mensagens. — Entreguei o celular — Olha.
Ela leu, a expressão fechando como porta batida.
— Bart.