Layla
A cabeça de uma mulher é o lugar mais barulhento do mundo.
Eu repetia essa frase como mantra enquanto caminhava pela rua, tentando respirar fundo, tentando convencer a mim mesma que o que eu vi dias atrás era apenas… uma interpretação equivocada. Bart com Soraya no restaurante. Ele ríspido, frio, autoritário. Não era o homem que me embalava com flores, jantares e promessas.
— Eles trabalham juntos, Layla. — eu sussurrava — Talvez fosse apenas isso.
Só que a memória é uma traidora. A cena voltava em flashes: o estalar de dedos para o garçom, o tom ríspido, o toque íntimo na mão de Soraya. Eu queria esquecer, mas não conseguia.
Então aceitei o convite de velhos amigos, um retiro improvisado em uma chácara a uma hora da cidade. Sem formalidades, sem vestidos longos, sem olhares de magnata me atravessando. Apenas amigos, risadas e uma fogueira.
— Você precisava disso. — Sarah disse quando me buscou — Um pouco de normalidade.
Eu concordei. O lugar era simples, aconchegante. As cadeir