Kaleo
Dizem que a primeira vez de algo marca a memória como cicatriz. Eu nunca acreditei nessa bobagem. Até Layla.
Eu lembro do jeito que ela tremeu contra mim, como se o corpo estivesse dividido entre fugir e implorar por mais. Lembro do som que escapou da garganta dela, aquele gemido proibido que nenhum outro homem tinha arrancado. A primeira vez com ela foi pecado e redenção, tudo junto. A última vez… foi guerra e entrega. O gosto dela ainda me corrói a boca.
Agora, cada vez que fecho os olhos, é o corpo dela que invade os meus sonhos. Não importam os cenários, às vezes é a cama da minha cobertura, outras, o asfalto frio de um beco, outras ainda o próprio inferno. Sempre ela. Sempre Layla.
Sou um homem prático. Quando a obsessão começa a sufocar, eu costumo cortar fora. Negócios, inimigos, até amigos de infância. Mas com ela… quanto mais eu tento arrancar, mais fundo as raízes cravam.
E, se eu não posso cortar, vou usar.
Comecei a juntar provas contra Bart. Dossiês, registros de tr