Kaleo
O vestido subiu com meus dedos, tecido obediente. O mundo restringiu-se ao calor entre as minhas mãos, ao sim que ela já tinha me dado, repetido em pele.
— Você é meu inimigo… — ela insistiu, tentando segurar o último bastião da lógica, mas já sem ar de tribunal.
— E mesmo assim me chama. — Encostei a testa na dela — Fala de novo.
— Me beija.
Obedeci como quem comanda. Minha mão achou o contorno da renda novamente e, desta vez, eu pausei de novo, o polegar no limite do proibido.
— Diz.
Os olhos dela fecharam devagar, as pestanas batendo na minha pele.
— Continua.
O “continua” abriu todas as portas. Afastei a renda, palma inteira, e toquei. A reação foi instantânea, o corpo dela arqueou no meu, a respiração virou tropeço bom, o nome que ela evita dizer em voz alta quebrou-se em sílabas.
— Kaleo…
— Isso. — Bebi o som, cada letra, como pecado pago à vista — Gema pelo seu vilão.
Ela estremeceu, de um prazer que a surpreendia enquanto acontecia. Eu regulei o ritmo como quem conhece m