Layla
Meu pulso só desacelera na calçada, com a brisa do jardim interno trazendo cheiro de folhas. A cidade continua, indiferente. Crianças cantam do outro lado do muro. Por dez segundos, eu acredito que acabou.
Mas não acabou.
Eu deveria ter ido direto para o ponto, mas minha cabeça pediu água. O café do Instituto tem mesas brancas, plantas penduradas, copos de vidro que suam. Sentamos perto da janela. Sarah pede suco, eu peço água com gelo. Talvez gelo em brasa.
— Eu vi quando ele tentou te encurralar. — ela comenta, sem rodeios — Você não cedeu um centímetro.
— Cedi por dentro. — admito, mexendo o gelo com o canudo — Aquele homem tem um talento irritante de virar oxigênio em barulho.
— Você tem o talento de transformar barulho em argumento. — Sarah diz — Se apega nisso.
Respiro. Bebo. O copo fica com minha marca de batom, indício qualquer de que existo. Queria ser tão simples assim.
Pelo reflexo da janela, vejo o vulto antes de ouvir a voz.
— O café daqui é honesto. — Kaleo diz, po