Dois anos depois.
O mundo não se reconstruiu da noite para o dia.
Mas ele recomeçou.
Aqueles que sobreviveram à guerra contra as réplicas voltaram a caminhar pelas ruas, a plantar, a escrever, a construir novas cidades — não com concreto, mas com diálogo.
Não havia mais governo central.
Não havia mais zona neutra.
Havia pessoas.
E esperança.
No extremo sul da antiga fronteira digital, uma escola havia sido construída sobre os escombros de uma torre de comando do antigo sistema.
As crianças aprendiam ali com professores reais — mas também com algumas daquelas que um dia foram criadas por Voss. Elas tinham decidido viver. Crescer. Ser mais do que um código.
E no jardim, entre livros abertos e desenhos espalhados, uma mulher sentava sozinha.
Clara.
— Por que você nunca aparece nas cerimônias? — perguntou Helena, se aproximando com um sorriso suave.
Clara manteve os olhos no céu, onde drones de auxílio agora apenas entregavam medicamentos e sementes.
— Porque não quero ser lembrada como u