Leonardo permaneceu em silêncio por alguns instantes. As palavras que Helena acabara de dizer pareciam ter congelado o tempo ao redor deles.
— Duarte... é seu pai? — ele repetiu, como se seu cérebro precisasse confirmar o absurdo.
Helena ainda segurava a carta, as mãos trêmulas. — Minha mãe tentou me proteger dele. Mas ele... ele sempre soube. Sempre esteve por perto, manipulando tudo. Ele usou a Isadora, o Gabriel, até o meu pai adotivo. Essa guerra nunca foi só sobre negócios, Leo. Foi pessoal. Sempre foi.
Leonardo se aproximou, ajoelhando-se à sua frente.
— Isso muda muita coisa. Mas não muda quem você é. Não muda o que você construiu.
— Não? — Ela riu amargamente, os olhos cheios de lágrimas. — Eu sou filha do homem que destruiu a minha mãe, que controlou minha vida das sombras. Que criou uma filha com outra mulher e a jogou em cima de mim como uma bomba-relógio. Eu carrego o sangue dele. O sangue do monstro.
— Você carrega o sangue da mulher que enfrentou esse monstro — ele disse