O céu de Montserra amanhecia acinzentado, como se previsse a tempestade que se aproximava. Helena, sentada à mesa do escritório de Leonardo, organizava os primeiros documentos da denúncia que preparava contra Duarte. Ao seu lado, Júlia falava ao telefone com um velho contato da imprensa investigativa.
— Eles estão interessados — disse Júlia ao desligar. — Mas querem provas sólidas, Helena. Algo que os faça publicar sem medo de retaliação.
— Eles vão ter — respondeu ela, determinada. — Duarte se escondeu atrás da filantropia por décadas. Eu vou arrancar a máscara dele, camada por camada.
Leonardo entrou na sala, tenso, com o celular na mão.
— Ele agiu. Cancelaram dois dos contratos que você negociou pessoalmente nas últimas semanas. Empresas que sempre foram neutras.
— Ele está testando meus limites — disse Helena. — Só que ele esqueceu uma coisa... eu não sou mais a mesma garota que ele abandonou.
Ela puxou uma pasta azul do fundo da gaveta.
— Essa é a contabilidade paralela da Fundaç