O silêncio dentro da casa parecia ensurdecedor. Helena passou horas trancada no quarto, olhando fixamente para a janela, onde o céu começava a tingir-se de tons dourados do entardecer. Sua cabeça era um turbilhão de memórias, dúvidas, mágoas e… um sentimento que ela não queria nomear.
Leonardo não tentou forçar sua presença. Respeitou seu espaço, mas, em silêncio, permanecia ali, sentado na sala, esperando. Como se, de alguma forma, sua presença pudesse atravessar paredes e dizer que ele estava disposto a tudo — menos perdê-la.
Quando o relógio marcou sete da noite, Helena respirou fundo, enxugou o rosto e desceu. Seus passos firmes e decididos ecoaram pela escada. Leonardo se levantou imediatamente, com o coração acelerado.
— A gente precisa conversar. — sua voz soou séria, sem espaço para interrupções.
Ele assentiu. — Sim. Precisamos.
Ela caminhou até a mesa da sala, onde havia uma xícara de chá ainda intocada. Segurou-a entre as mãos, como se aquilo pudesse lhe dar forças.
— Eu pas