O coquetel de lançamento da nova linha da Ferraz Corporation estava lotado. Jornalistas, empresários, políticos locais e socialites de Montserra circulavam pelos salões luxuosos do Grand Hotel Vivarini. Tudo reluzia, desde os lustres de cristal até os sorrisos falsos de quem fingia sucesso.
Helena chegou acompanhada de Leonardo. Ambos impecáveis, ela num vestido longo vinho de cetim que delineava cada curva com perfeição, maquiagem sóbria, olhos firmes. Leonardo, como sempre, de terno preto impecável, com uma mão nas costas dela – um gesto sutil, mas protetor.
Assim que entraram, todos os olhares se voltaram para eles. Murmúrios se espalharam. Helena não precisava ouvir para saber o que diziam. Ela sentia.
— Acha mesmo que era necessário vir? — perguntou Leonardo, em voz baixa.
— Precisava olhar nos olhos deles — disse, firme. — Precisa começar por hoje.
Ela caminhou com segurança, mesmo quando o coração parecia prestes a explodir no peito.
E então, o inevitável aconteceu.
— Helena? —