O silêncio do escritório de Helena era cortado apenas pelo tic-tac do relógio. A foto nas mãos dela já não era apenas uma ameaça, era uma peça de um quebra-cabeça que ela nem sabia estar montando. Leonardo observava sua inquietação.
— Nunca tinha visto essa foto — disse Helena, os olhos fixos no rosto de sua mãe. — Carlos Ferraz nunca esteve presente depois que ela saiu de casa. Mas aqui... eles parecem íntimos.
— Você já perguntou ao seu pai sobre isso?
Helena riu sem humor.
— Carlos sempre fez questão de dizer que me criou por obrigação. Mas e se... e se ele estava mais envolvido na vida da minha mãe do que admitia?
Leonardo não respondeu de imediato, mas sua expressão era grave. Helena pegou o telefone e ligou para a única pessoa que ainda poderia ajudá-la a entender aquela parte esquecida da história: dona Berenice, uma antiga empregada da família, que havia servido à casa Ferraz por mais de duas décadas.
— Eu sabia que essa história ia ressurgir um dia... — disse Berenice, sentan