A viagem começou com silêncio.
O transporte blindado voava em baixa altitude, cortando nuvens espessas e campos magnéticos instáveis.
Clara sentava entre Helena e Eva. Do outro lado, Ravi, sempre com o semblante cético, olhava mapas holográficos com desconfiança.
— Sabe o que eu acho? — ele disse, cruzando os braços. — Acho que estamos indo direto para uma armadilha.
Helena respondeu sem hesitar:
— Talvez. Mas se o criador está mesmo lá, não podemos ignorar.
Clara não dizia nada.
O chamado ainda ecoava em sua mente.
Não eram palavras. Nem imagens.
Era uma emoção.
Algo entre angústia e saudade.
Como se o coração por trás da criação das réplicas… a reconhecesse.
Ao chegarem ao território Ártico, o cenário era desolador.
Geleiras rachadas. Torres desabadas. Torres de comunicação fundidas ao gelo como fantasmas do passado.
No centro de tudo, erguia-se uma estrutura negra, metálica e viva — o Núcleo Primário.
Eva consultava o visor de pulso.
— Nenhum sistema conhecido responde. Sem frequên