Naquela manhã, Helena acordou antes do despertador.
Abriu os olhos e por um instante ficou ali, deitada, observando o teto branco. A respiração era tranquila, o peito firme. Era estranho sentir paz… depois de tanto tempo afundada no caos.
Mas havia algo novo nela. Um fogo silencioso. Um tipo de calma que só quem sobreviveu à guerra conhece.
Ela se levantou, foi até o espelho do banheiro e se encarou.
— Chegou a minha hora. — murmurou.
No escritório da empresa, os corredores pareciam mais silenciosos do que o normal. Alguns olhares se desviavam quando ela passava. Outros a encaravam abertamente, carregados de curiosidade e até respeito. Desde o vídeo enigmático que postara dias antes, seu nome estava em várias rodas de conversa. Era como se, de repente, todos tivessem percebido que havia mais em Helena do que a moça silenciosa e invisível de antes.
Mas ela não buscava aprovação. Só visibilidade. E agora, tinha as duas.
— O que você quer fazer com o material contra Isadora? — perguntou