O silêncio que se seguiu à fuga foi esmagador. Elô continuava deitada no chão frio, o peito subindo e descendo em arfadas descompassadas, enquanto Clara chorava baixinho ao seu lado, como se ainda não acreditasse que estava de volta.
Miguel se aproximou com cuidado, ajoelhando-se perto delas. Seus olhos, marejados, examinavam Elô com uma mistura de alívio e horror. — Vocês... vocês realmente voltaram. Eu pensei que tinha perdido vocês duas para sempre.
Elô tentou se levantar, mas uma pontada intensa percorreu seu braço esquerdo, justamente no lugar onde o guardião a havia segurado. Ela estremeceu e puxou a manga rasgada da blusa. Foi então que todos viram.
No meio da pele, uma marca escura, semelhante a rachaduras de vidro, se espalhava pelo braço como uma teia em expansão. Era como se o reflexo tivesse queimado sua carne, deixando ali um pedaço de si.
Clara recuou instintivamente, assustada. — Elô... isso não estava aí antes.
Elô olhou para a própria pele, o coração acelerando. A mar