LILIBET
— Mamãe… — Lilibet correu para perto de mim, cruzando os braços, os olhos faiscando. — Ele não pode fazer isso com a gente!
Eu respirei fundo, mas a fúria já me dominava.
— Pode sim. E fez.
— Mas nós não sabemos fazer nada, mamãe! — ela protestou, como se fosse um absurdo. — Eu não vou estudar. Não vou me rebaixar a trabalhar que nem uma empregadinha.
— Cala a boca, menina. — sibilei, mordendo os lábios. — Você só piora as coisas falando assim.
Ela riu, debochada.
— Pois eu vou dizer uma coisa: ele está cada vez mais apaixonado pela nerdzinha. Quanto mais aquela quatro-olhos cuida dele, mais ele se afasta da gente.
As palavras dela doíam porque eram verdadeiras.
— Eu sei. — respondi, amargando o gosto da derrota. — Mas não se preocupe, filha. Eu não vou deixar isso barato.
Lilibet mordeu o lábio, pensativa, depois riu outra vez.
— Então vamos esperar o momento certo, mamãe. E quando chegar… a gente toma tudo.
Eu apertei a mão dela, os olhos cheios de ódio.
— Sim, m