O carro avançava devagar pela avenida, e eu sentia o peso de cada pensamento esmagando meu peito. Ivy estava ao meu lado, quieta, revisando anotações da faculdade, sem desconfiar da tormenta que rodava na minha cabeça.
O sinal fechou, e por um instante fiquei olhando o reflexo dela no vidro. Meu Deus… como Samantha estaria orgulhosa dessa menina. Forte, doce, dedicada. Tudo aquilo que Clarice e Lilibet jamais foram. E eu tinha permitido que elas dividissem o mesmo teto com minha filha.
A raiva subiu como um nó quente na garganta. Chega.
Enquanto o motorista retomava a marcha, minha decisão se firmava como pedra. Assim que deixasse Ivy na universidade, eu iria direto para o escritório. Não haveria mais esperas, mais chantagens, mais fingimentos. Eu pediria o divórcio. Definitivo. Irreversível. Clarice e Lilibet teriam que sair da minha casa — da nossa casa.
Quando paramos na frente da faculdade, Ivy se inclinou para me beijar no rosto.
— Até mais tarde, papai. Não esquece de almoça