O jantar seguia tranquilo, embalado por uma conversa diferente de todas que já haviam tido. Adam escutava atento a mãe falar sobre as leituras, sobre o Kindle recém-comprado, e sobre a autora que a inspirava. Era como se cada palavra dela fosse um sopro de vida nova.
— Mamãe, depois a senhora me manda os links desses aplicativos? — perguntou Adam, sorrindo. — Ou até me empresta o tablet, se a senhora deixar. Quero ler também, ver o que tanto lhe animou assim.
Clarence riu baixinho.
— Claro que deixo, meu filho. Você vai gostar. Tem textos que parecem até... que foram escritos para nós dois.
Adam abriu a boca para responder, mas antes que pudesse, uma sombra interrompeu a harmonia. Do outro lado do salão, passos firmes se aproximaram.
Adam ergueu o olhar e, por um instante, sentiu o sangue ferver. Era o pai. E não estava sozinho. Ao lado dele, de mãos dadas, vinha uma mulher jovem, com pouco mais de trinta anos, elegante, vestida de v