— Eu não sei por que essa besteira de terapia. Você não é louca, Clarisse. Não é doente. Está perfeitamente saudável. Quem inventa moda agora é o Adam, com essas ideias absurdas.
Ava, ainda de costas, estremeceu ao ouvir. O pano molhado parou em sua mão. Virou-se discretamente e observou a cena.— Querido,— a mãe do Adam tentou argumentar, delicada. — Nem sempre terapia é para doentes. Às vezes precisamos apenas de alguém para conversar, para...— E você não tem a mim? — o homem a cortou, ríspido.— Tenho, mas você não conversa comigo. Você apenas ordena. Você só quer que eu faça as coisas do seu jeito. Conversar de verdade, dividir pensamentos, sonhos, medos, isso você nunca fez.O pai de Adam bufou, impaciente, como quem escuta bobagens. — Ora, Clarisse, você não tem nada de interessante para conversar. E não me venha com essas modernidades. Mulher minha mulher não precisa de psicólogo.Nesse instante, Ava sentiu o sangue ferve