Adam saiu do refeitório com o sangue fervendo. A imagem de Ava sorrindo para Jeffrey ainda queimava em sua mente. Ele se trancou no escritório, mas não conseguiu se concentrar em absolutamente nada. Pegou o celular, encarou a tela por alguns segundos, e antes que pensasse melhor, ligou para a mãe.
— Mamãe? — sua voz saiu firme, mas carregada de urgência.— Sim, meu filho — respondeu Clarence, do outro lado da linha, com aquela doçura cansada que sempre a acompanhava.— A senhora pode vir hoje aqui pro escritório? Eu marquei um horário com um psiquiatra e um psicólogo. Hoje, às 16h. Eu quero que a senhora vá comigo.Houve um silêncio breve. Depois a voz dela veio suave, mas surpresa:— Psiquiatra? Psicólogo? Hoje?— Sim, mãe. — Ele respirou fundo. — Eu não quero mais adiar isso. Eu preciso. E eu quero que a senhora vá comigo. Nós dois. Eu levo a senhora, e depois deixo em casa. Não precisa chamar motorista, não precisa depender de ninguém.<