O silêncio na sala era espesso como névoa. O jornalista terminava de salvar os arquivos em backups distintos, criptografando os dados com precisão. Alexandre observava o processo com a paciência de quem sabia que, por trás de cada clique, havia uma chance de liberdade — ou morte.
Camila se afastou da mesa. Precisava respirar.
Leonardo a seguiu, cruzando o pequeno corredor do apartamento improvisado.
— Você está bem?
Ela assentiu, mas não havia paz em seus olhos.
— Não até isso tudo acabar. E mesmo assim... não sei o que sobra de mim depois.
Leonardo se aproximou devagar.
— Fica comigo. Quando tudo isso passar... me deixa cuidar de você.
Camila o olhou, como se visse pela primeira vez o homem por trás do herdeiro, do infiltrado, do traidor do próprio sangue.
— E se não passar? — sussurrou.
Ele não respondeu. Apenas a puxou para si. E, naquele abraço, Camila sentiu pela primeira vez em anos algo parecido com segurança. Frágil. Breve. Mas real.
Rodrigo Monteiro observava a cidade do alto