A chuva caía pesada sobre as ruas de Nice quando Camila e Alexandre estacionaram o carro numa viela discreta. Haviam dirigido por horas, trocando de rota sempre que desconfiavam de algum veículo os seguindo. Estavam exaustos, mas não havia tempo para descanso.
— Estamos a algumas quadras do apartamento seguro — disse Alexandre, verificando o GPS em um celular descartável. — Precisamos nos mover rápido. Não vamos repetir os mesmos erros. Eles já estão atrás de nós.
Camila assentiu, o rosto sério. O que ela vira nos olhos de Rodrigo antes de fugir não a deixava em paz. Não era só raiva — era ódio pessoal. Ela havia se tornado uma afronta imperdoável. E Rodrigo Monteiro não perdoava.
— Você acha que Leonardo está bem? — ela perguntou, ao atravessarem uma rua mal iluminada.
Alexandre hesitou, mas não mentiu.
— Acho que ele está lutando como nós. E isso já é muito. Ele sabe o que está em jogo.
Camila manteve o olhar fixo no asfalto. Seu peito doía. Não apenas de medo — mas da possibilidade