O silêncio no carro era sufocante.
Leonardo dirigia em alta velocidade pelas ruas escuras de Zurique, os olhos fixos na estrada, mas o pensamento à deriva. Ao lado dele, Camila mantinha o rosto voltado para a janela, como se o reflexo no vidro pudesse oferecer alguma resposta para a confusão devastadora que tomava conta dela.
— Camila — ele murmurou, finalmente, com a voz baixa. — Você acredita nele?
Ela demorou a responder. Quando o fez, sua voz veio fraca, quase inaudível.
— Eu não sei no que acredito mais.
As palavras saíram como veneno. Tóxicas. Dolorosas. Era como se tudo o que ela havia construído até ali — a vingança, a força, a identidade — estivesse escorregando pelos seus dedos, como areia levada pelo vento.
Leonardo parou o carro em frente ao hotel onde estavam hospedados. O silêncio persistia, incômodo, até ele se virar e tocar levemente o braço dela.
— Vamos conversar. Você não precisa carregar isso sozinha.
Camila assentiu, mas seus olhos estavam distantes. Quando entrar