A noite em Zurique tinha um silêncio pesado, quase opressor, como se cada gota de chuva que caía soubesse dos segredos que se escondiam entre aquelas paredes frias. Camila, sentada diante da janela de seu quarto no hotel, encarava a cidade com os olhos perdidos, o coração acelerado. O encontro com Alexandre não saía de sua mente. A forma como ele a olhara, como se dissesse mais do que as palavras permitiam.
Ela fechou os olhos por um momento, tentando reorganizar os pensamentos. Sabia que Rodrigo estava mais perto do que imaginava — não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Era o sangue dele que corria em suas veias, mesmo que isso a enojasse. A ideia de que ele tivesse rejeitado Letícia, apagado sua existência, e agora talvez estivesse envolvido em algo ainda mais obscuro, despertava nela uma raiva que crescia como fogo.
Mas havia algo mais. Algo que Alexandre não dissera, mas deixara transparecer. Ele estava com medo.
Camila levantou-se. Não podia esperar. Precisava agir.
Desceu a