O mapa estava aberto sobre a mesa, rabiscado com anotações, círculos vermelhos e setas indicando rotas, locais estratégicos e possíveis refúgios. Mas, naquele momento, nem Leonardo, nem Camila, nem Alexandre conseguiam se concentrar nos planos.

O que estava no ar era mais denso, mais inflamável do que qualquer conspiração.

Leonardo se apoiou na mesa, os braços firmes, olhando diretamente nos olhos de Camila. Seu rosto estava sério, sua expressão dura, mas dentro daquele olhar havia algo que vibrava — um desejo bruto, feroz, misturado com frustração e possessividade.

— Você não faz ideia... — ele começou, sua voz rouca, arrastada — do quanto está brincando com fogo, Camila.

Ela cruzou os braços, fingindo uma segurança que, no fundo, era feita de cacos.

— Ah, Leonardo... — respondeu, sarcástica — Eu nasci no incêndio. E aprendi a não me queimar.

Alexandre pigarreou, passando uma mão no rosto, tenso, lutando contra o desconforto crescente por ser, mais uma vez, espectador de uma guerra p