O silêncio no bunker era traiçoeiro. Não era o tipo de silêncio que trazia paz. Era aquele que antecede uma explosão, uma guerra, uma confissão que muda tudo.
Camila caminhava de um lado para o outro, braços cruzados, o olhar perdido nos mapas espalhados pela mesa central. Cada linha, cada marcação, representava um pedaço do inferno no qual ela havia sido lançada. Nice, Zurique, Paris… cidades que pareciam cenários de um filme de espionagem, mas que agora eram sua realidade cruel.
Leonardo estava encostado na bancada, observando-a como um predador observa sua presa. Seu olhar percorria cada centímetro dela — dos cabelos soltos, que caíam em ondas bagunçadas, até as mãos crispadas em nervosismo. E, mesmo no meio de toda aquela tensão, ele não conseguia ignorar o fato de que Camila era, ao mesmo tempo, a mulher que o enfurecia... e a única que fazia seu autocontrole despedaçar.
— Você precisa descansar — disse ele, a voz baixa, grave, com aquele tom que soava mais como uma ordem do que