O jatinho particular deslizou pela pista do aeroporto de Zurique, cortando o vento gelado da manhã. Camila observava pela janela enquanto a cidade surgia ao fundo, elegante, imponente, silenciosa — uma mistura perfeita de beleza, luxo e segredos enterrados sob toneladas de concreto, aço e dinheiro sujo.
O frio parecia atravessar sua pele, mas ela não sabia se era só o clima suíço… ou a ansiedade esmagadora que apertava seu peito.
“É agora”, repetia mentalmente. “Não tem mais volta.”
Assim que o avião taxiou até o hangar reservado, um homem a aguardava com um cartaz discreto, apenas com seu nome de cobertura. Leonardo havia cuidado de tudo. Documentos falsos, identidade protegida, rotas seguras. Mas, mesmo cercada de protocolos de segurança, Camila não conseguia ignorar a sensação de que estava sendo observada.
E provavelmente estava.
Desceu a escada com passos firmes, respirando fundo para conter o turbilhão interno.
— Madame Costa, bem-vinda a Zurique. — O motorista fez uma leve reve