Helena Lira, estudante de direito, tem uma vida promissora, será treinada para assumir a empresa do seu pai e seus tios, mas ela tem uma amizade com a Laís Alcântara, o que a torna um alvo, durante a viagem de férias elas acabam sendo sequestradas. A viagem mostrou para a Helena que ela é livre e com isso ela começa a sentir uma atração enorme pelo homem que está protegendo a sua amiga, o que ninguém esperava é que ele fosse trair as duas, mesmo que esteja envolvido emocionalmente. Petter Harris é o braço direito e o segundo no comando da máfia americana, ele é apaixonado pela garota na qual causou todos os seus traumas que ela enfrenta. De certa forma eles conseguem se entregar aos sentimentos que eles sentem um pelo outro. Mas o amor do passado entra na meio de tudo, trazendo mais sentimentos, dor e ressentimento. Cabe apenas a Helena decidir se quer viver o novo amor pelo qual se entregou. Ou se vai escolher ao seu passado que ainda pode machucar.
Leer másHelena Lira
Minha festa estava maravilhosa, esperava apenas por Tanaka, para que tudo estivesse perfeito, hoje havia programado de depois da festa, ter um momento com ele. Estava pronta para me entregar ao homem que amava e sabia que ele iria fazer o meu tão sonhado pedido de casamento.
Mas algo aconteceu, ele terminou, não dei chances de explicar, porque não havia explicação para nada do que ele estava fazendo comigo.
Apenas fui…
Não olhei para trás, nem me expliquei para ninguém.
Sair da minha própria festa sem rumo, com esse vestido me apertando, não foi a melhor de todas as ideias, o coitado do taxista não sabia o que me falar, chorava desesperadamente deitada no banco de trás enquanto sentia o carro se movimentando sem rumo.
Como pude ser tão boba, achar que ele realmente fosse me fazer a sua esposa, não sou uma deles, meu único elo com esse mundo sombrio é a Laís e nada mais que isso.
Mesmo achando que a tia Carol jamais deixaria que ele fizesse algo que fosse me deixar magoada.
Mas agora estou aqui, em um táxi chorando porque meu namorado me deu um chute na bunda no dia do meu aniversário, o mesmo dia que ele iria oficializar nosso noivado.
— Moça, estamos na praia… — O taxista se vira na minha direção e fala.
Sinto que o carro estava parado, seco as lágrimas que estavam no meu rosto e percebo que não tenho como pagar o pobre homem que ouviu as minhas lamúrias sem dizer nada que me deixasse ainda pior.
— Não se preocupe, imagino o que tenha acontecido. — Ele diz com um olhar carinhoso.
— Você seria a minha última corrida, percebi que está sem bolsa e tenho uma filha na sua idade. — Ele sorri com ternura.
— Pode ir e ficar na praia até se sentir melhor, ficarei de longe vigiando você. — Começo a chorar assim que ele termina de falar. — Pode ficar o tempo que precisar. — Ele diz por fim.
Aceito a sua ajuda a sair do carro e beijo o rosto do homem desconhecido que estava ali com um olhar paternal, que me fez lembrar do meu próprio pai, sabia que ele deveria estar entrando em desespero de preocupação por não saber onde estava.
Me afasto um pouco e me sento na faixa da areia branca, consigo ver o senhor com um cigarro entre os dedos e olho para as ondas do mar que pareciam tão revoltas como o meu tolo coração e minha mente que não conseguia entender como o meu japonês pôde fazer isso comigo.
Os últimos anos a tia Carol tentou me preparar o máximo que pode para me tornar a senhora Shantei, uma angústia começa a me consumir e mal consigo respirar com esse vestido.
Me levanto e tento abrir o zíper do vestido na esperança que me sentisse um pouco mais confortável, mas pelo contrário o turbilhão de sentimentos que estava sentindo estava me fazendo sentir um calor descomunal.
Olho para as ondas enquanto elas se quebravam em cima da areia, o som começava a me tranquilizar e por um instante resolvi me deitar na areia e chorar mais um pouco.
As lembranças me tomam, tento encontrar uma justificativa, algo que me conforte, algum sinal de que ele nunca me amou. Mas nada, Tanaka sempre foi tão amoroso e principalmente cuidadoso com meus sentimentos, ele nunca deixou de me mandar mensagem de boa noite ou dizer que me amava.
Lembro que quando fiz meus quinze anos, ele transformou a minha casa em uma floricultura, escolheu cada um dos buquês que chegava, todos estavam com um cartão escrito a mão.
Naquela noite ele oficializou o nosso namoro na frente de todos os convidados que estavam na minha festa, mesmo não sendo alguém da máfia, meu círculo de amigos eram filhos importantes da máfia e era tratada como uma deles, então aquele gesto que o Tanaka fez foi algo importante entre eles, significava que já pertencia a uma casa e que quando alcançasse a maioridade me tornaria a sua esposa.
Me sento novamente na areia e decido entrar no mar, olho para o taxista e via que ele ainda estava lá, retirei meus sapatos e deixei onde estava, comecei a caminhar lentamente enquanto sentia a água fria.
Olhei para a lua e me lembrei da noite que estávamos na festa da Laís e a lua estava tão linda como estava agora. Caminho devagar entrando em meio as ondas, deixei que elas me levasse para longe, fechei os olhos e deixei que o mar tirasse a dor que estava sentindo.
A dor de ter meu coração quebrado foi demais para mim…
Ondas raivosas começaram a me puxar para o fundo, por um instante tentei lutar, mas estava doendo muito.
“Me perdoe mamãe…”
É meu último pensamento.
— Pare com isso, respira…
Uma voz tão irritada me trouxe da escuridão que estava, não tinha forças para abrir os olhos e xingar quem teve a coragem de me trazer de volta para a dor que estava.
Sinto estar deitada novamente no carro e alguém gritava ordens que não conseguia entender.
— Ela tentou se matar, porra!
Ao ouvir isso, sinto que tudo novamente se desliga.
Helena HarrisPrendo a respiração e seguro firme na mão da enfermeira que estava ali como meu apoio. Quando a dor passa consigo relaxar. — Vamos conseguir amor, era meu desejo estar segurando a sua mão, mas essa panterinha tinha outros planos. — Vejo Petter sair do carro e correr em direção ao avião. — Estou indo, seja valente assim como sempre foi. Concordo com a cabeça e vejo sua ligação cair, olho para a enfermeira que tenta ligar novamente, mas é em vão. Acho que ele já deve ter decolado. — Helena você está com oito centímetros, mas já sinto a cabecinha da Charlie, na próxima quero que empurre. — Olho assustada para o celular e não via o meu marido ali. — Não podemos esperar, ele está vindo… — Pergunto para Rebeca que estava entre minhas pernas. Seguro a mão da enfermeira e deixo um grito de dor sair. Céus é como se estivesse sendo partida ao meio. Olho para Rebeca, ela estava com um sorriso no rosto. — Isso, filha, está quase lá. — Nesse momento não a corrijo. Quero apenas
Helena Harris O que poderia esperar desse casamento… O pensamento surge enquanto observo as ondas se quebrando próximo à praia. Estamos há cinco meses no México, vejo Petter ficando cada dia mais irritado, não conseguem terminar a caçada dos ratos que se infiltram próximo ao Miguel. Agradeço a Deus que Andrei e Olívia se casaram duas semanas depois de mim, o que me garantiu minha amiga ao meu lado. Claro que fiz amizade com Nicoly, a esposa de Miguel que estava perdendo a paciência com o que estava acontecendo ao seu redor, a vi quando ela matou um dos soldados por olhar menosprezando o que ela dizia. Vê-la daquela forma foi um choque, mas o que esperar de uma mulher que já está nesse mundo desde quando eu ainda era uma criança. Sinto minha garotinha me chutando, nos últimos dias venho sentindo um desconforto cada vez maior, essa garotinha será enorme olhando pelo tamanho que está a minha barriga. Fiquei tão feliz quando na última ultrassom descobrimos que nosso bebê é uma menina,
Petter HarrisEstava em uma reunião com Henrique e Miguel Carrillo, que continuava tendo problemas com as pequenas células leais ao Gonzalez, pelo que estava acontecendo no México eles estavam tentando derrubar Miguel para assumir o seu lugar.E como um dos membros da “First”, ele pediu ajuda para apagar de vez com esse incêndio, claro que Henrique não iria negar ajuda ao homem que o ajudou resgatar a sua esposa.Mas não poderia sair daqui, me candidatei a ir, sei que não será nada difícil e muito menos que me tirará de casa por muito tempo. Posso levar a Helena quando estiver mais tranquilo.Vinha suspeitando de que ela estivesse grávida e pelo que notei, ela nem se deu conta que estava com sua menstruação atrasada, não queria dizer nada.Quero que ela tenha o prazer de me surpreender. Mas quando o Bryan entra no escritório da sede da empresa que Henrique mantém como fachada, onde faz a lavagem de dinheiro. Ele nos avisa o que aconteceu, nem deixo que termine.Meu pulse se acelera, é
Helena LiraEm casa passo direto para o quarto, mal consigo ouvir as ordens que Petter dava para os soldados que nos trouxeram, quero apenas me livrar dessas roupas com cheiro de hospital e relaxar depois desse encontro.— Mas que droga!Digo irritada com o encontro inesperado que acabo de ter.Não fazia ideia que ela estivesse aqui, ou será que ela veio trabalhar aqui porque queria tentar me encontrar.O irônico disso é que ela está na maternidade, logo ela que abandonou um bebê de três meses, totalmente dependente de uma mãe, com o pai que fez o melhor possível.Estava tão frio e com os pensamentos fervilhando que não me importei de entrar de cabeça no chuveiro gelado como Petter gosta de usar quando chega de madrugada em casa.A agua gelada corre por meus cabelos enquanto descanso a minha testa no azulejo, não vou chorar por ela está próxima, aquela mulher não merece nenhum sentimento meu.Mas, chorarei por descobrir que serei mãe, que em mim existe o fruto do meu amor. Coloco as
Helena LiraOs dias tem se passado tão rápido, mas sinto que estou deixando alguma coisa de lado, não consigo descobrir o que.Falta uma semana para o meu casamento, Laís e Olivia se uniram com a minha mãe para organizarem o meu casamento, estou amando cada uma das etapas que Petter fez questão de me proporcionar.Minha despedida de solteira foi a poucos dias no lugar mais lindo que já conheci. Tia Carolina me levou para Paris, escolher o meu vestido de noiva.Petter orgulhoso como só ele é, me disponibilizou um cartão com o limite que ultrapassa as barreiras do universo. Laís perturbou tanto o juízo do Henrique que ele providenciou um para sua esmeralda.As aulas começaram há poucos dias e hoje estou sem nenhuma concentração para estar aqui, acordei com um mal-estar horrível. Petter vem me mimando a cada dia, trazendo coisas diferentes para mim.Talvez aquelas rosquinhas que trouxe ontem é o motivo de estar me sentindo tão mal hoje. Só de lembrar nelas sinto o enjoou. Me ergo da cade
Petter HarrisVer o japonês à minha frente não foi bom, o desejo de enfiar o soco nele até sentir os seus ossos se esfarelando era maior do que saber sobre o que era o assunto.Fecho a tela do notebook a minha frente e tento parecer relaxado na frente do Tanaka, vejo o seu conselheiro entrar apenas para fechar e nos dar privacidade. Pelo visto, o assunto é delicado o suficiente para não haver testemunhas.Entrelaçando os dedos sobre meu abdômen e espero que ele diga o motivo de ter pedido essa reunião. Posso enxergar em seus olhos que está indeciso.Que não sabe ao certo o que falar, ou como começar a falar. — Diga Tanaka, o que deseja?Pergunto quando o suspense e a curiosidade pulam de minha boca. Ele percebe e sorri. O vejo respirar fundo e pedir permissão para sentar à minha frente, arqueiro o rosto dando a permissão que precisa.— Sei o que aconteceu anos atrás, sem quem é o responsável! — Ele diz com tranquilidade.— O que espera que eu faça? — Pergunto.— Que a proteja e guard
Último capítulo