O beijo não mudou a casa.
Mas mudou tudo dentro de Lia.
Ela acordou antes do despertador, com o corpo leve demais para alguém que dormira pouco. O quarto ainda estava mergulhado naquela penumbra suave da manhã, e por alguns segundos ela ficou deitada, encarando o teto, tentando entender o que sentia.
Não era culpa.
Não era arrependimento.
Era consciência.
Ela tinha cruzado uma linha. Pequena. Delicada. Mas real. E agora não havia como fingir que aquilo não existia.
Quando desceu as escadas, a casa ainda estava silenciosa. Aria dormia. A equipe ainda não tinha chegado por completo. Lia entrou na cozinha e começou a preparar o café da manhã, buscando refúgio na rotina.
Cortar frutas.
Aquecer o leite.
Respirar.
Foi quando sentiu.
Dominic.
Ele não falou. Não fez barulho. Apenas estava ali, encostado na porta, observando-a como se aquele momento simples fosse algo precioso demais para interromper.
Lia virou devagar.
Os olhos deles se encontraram.
Nada foi dito.
Mas tudo foi lembrado.
O bei