Diana
Eu juro que eu nunca tinha visto uma mesa de jantar tão quieta na vida. Nem quando o Ethan discutiu com o pai dele por causa da empresa. Nem quando a madrasta dele apareceu usando aquele colar horroroso fingindo que era joia fina. Nada chegava perto do silêncio que rolava ali.
Eu sentei ao lado do Ethan, com a mão suando na dele. Ele apertou meus dedos daquele jeitinho que parecia dizer: calma, amor, mas também pelo amor de Deus, não me deixa sozinha nessa.
Os pais dele estavam na outra ponta. O Sr. Alencar com aquela cara de julgamento eterno. A madrasta dele com o nariz empinado, como se estivesse sentindo cheiro ruim. A Eva — mãe do Ethan — toda sorridente, como sempre, brilhando mais que a lâmpada do teto. E a Luana, a única ali que realmente gostava de mim, já me olhando igual fofoqueira profissional esperando o barraco começar.
O Ethan pigarreou. Eu olhei pra ele. Ele olhou pra mim. Eu pensei: fala logo, amor, minha alma tá tremendo. E ele claramente pensou: “vai você”. Be