POV JOSÉ EDUARDO
Havia um único lugar que eu não tinha procurado ainda: a cozinha.— Se ela não estiver lá, eu vou quebrar tudo. Catarina não pode ficar se exibindo por aí com aquela roupa. Não é justo.Nem eu mesmo sabia por que disse isso. Não havia justiça nenhuma que me fosse devida.Mas meu sangue pulsava na cabeça. Sentia raiva, uma espécie de ciúmes antecipado. A imagem dela beijando alguém, sendo tocada por alguém, me fazia querer explodir.Eu estava começando a ficar cego.Assim que entrei na cozinha, vi a cena que me perturbou profundamente — foi como uma dissociação da realidade.Bruno estava com o corpo quase colado no de Catarina, sabe-se lá fazendo o quê. Milhões de explicações passaram pela minha cabeça, mas tudo terminava num único sentimento: ciúmes.Sem pensar, deixei o impulso tomar conta de mim, fui até ele, puxei-o pelo ombro e acertei um soco direto. Bruno não teve tempo de reagir.