Minha boca estava seca e o ar ardia conforme expandia meus pulmões. A adrenalina percorria meu corpo inteira. Nem é preciso dizer: eu já estava completamente arrependida do que tinha feito. Tomar a direção daquele carro sem ter ideia de como se dirige foi insano.
⸻Vi José Eduardo desacordado, próximo à mureta. Parecia não estar respirando.— Meu Deus! — disse, chorando.Desci do carro às pressas e corri até ele.— Garoto, acorda. Por favor. Eu te imploro. Por tudo que há de mais sagrado… acorda.Me agachei para vê-lo de perto. A culpa me tomava por completo.— Por favor, vai… acorda!Mas José não deu sinal de consciência. Peguei-o nos braços e coloquei sua cabeça em meu colo. Como se isso fosse ajudar.Um segurança se aproximou e começou a prestar os primeiros socorros.— Vamos chamar uma ambulância. O carro vocês podem deixar aí e buscar depois.— Acha que foi… grave, moço?