Assim que Eveline chegou pegou o celular e, mesmo deitada ao lado do berço de Gabriel, digitou o número de Daniel. A tela iluminou o quarto escuro por alguns segundos até que ele atendeu, a voz ainda arrastada pelo sono e pela recuperação.
— Oi, Eveline...
— Só liguei pra dizer que cheguei em casa. Gabriel já está dormindo, e as crianças também. Está tudo tranquilo por aqui.
— Fico feliz. Obrigado por me avisar. Fico mais tranquilo assim.
— Dorme bem, Daniel.
— Você também. E... obrigado por tudo, de verdade.
Ela desligou com um suspiro. Ainda não sabia o que fazer com tudo aquilo que sentia. Só sabia que precisava descansar. Mesmo sem descanso por dentro.
O sol mal havia nascido quando Eveline acordou, sozinha na cama ampla da mansão Avelar. A luz da manhã esgueirava-se pelas cortinas entreabertas, banhando o quarto com um brilho suave, quase dourado.
Gabriel dormia profundamente no berço, com os lábios entreabertos e as mãozinhas fechadas em punho. O som suave de sua respiração tra