O amanhecer chegou trazendo um silêncio estranho para Eveline. Não era exatamente paz, mas também não era tormenta. Era uma pausa. Como o instante entre duas batidas do coração.
Ela acordou com Gabriel ainda dormindo em seu berço. A febre não havia voltado. O rostinho dele estava calmo, os bracinhos soltos pelos lençóis. Observá-lo assim dava a ela uma sensação de que o mundo podia ser menos caótico, ao menos por alguns minutos.
Antes de descer, Eveline pegou o celular e escreveu uma mensagem para Daniel:
"Bom dia. Gabriel dormiu bem, sem febre. Espero que você também tenha descansado."
A resposta veio rápida:
"Bom dia, Eve. Fico feliz. Estou melhor hoje. Clara me trouxe algumas atualizações da clínica. Te espero mais tarde, se puder vir."
Ela ficou alguns segundos encarando a tela. A menção a Clara veio como uma agulha fina, discreta, mas perceptível. Não por ciúmes. Mas por uma nova consciência.
Clara estava se tornando parte do cotidiano de Daniel. Não apenas no hospital, mas em es