Três semanas haviam passado desde que Eveline deixara a mansão dos Castelão.
Três semanas desde que ouviu palavras que marcariam sua alma para sempre. Três semanas desde que foi expulsa com o coração dilacerado e o corpo abrigando uma vida que crescia mesmo em meio ao caos.
Mas, naquele tempo, algo dentro dela mudou.
Chorar não apagava as palavras. Esperar não trazia respostas. Amar, por si só, não curava. Então Eveline decidiu: ia viver. Ia reconstruir. Ia existir longe da sombra de Marcus Castelão.
Mudou de número. Bloqueou todos os contatos ligados ao passado. Não queria mais ligações da sogra, do pai dele, de ninguém. A única ponte que manteve foi Clara, sua amiga — e agora, seu único suporte.
Clara, vendo sua força renascer, começou a ajudá-la na busca por um trabalho. Era difícil. Eveline estava grávida, emocionalmente abalada e sem experiência formal que brilhasse num currículo.
Mas num domingo chuvoso, entre goles de chá e páginas de jornal amassadas, ela viu o anúncio:
“Famíl